Entre o controle e o cuidado: como não confundir rigidez com proteção
- Maria Emília Pimentel
- 11 de jun.
- 2 min de leitura
Nem sempre é fácil perceber a diferença.
Você acha que está cuidando de si, mas no fundo, está apenas tentando se manter no controle.
Com a alimentação.
Com o corpo.
Com a vida.
É sutil. E, justamente por isso, é perigoso.

Quando o cuidado começa a machucar
“Se eu relaxar, vou perder o controle.” Essa frase aparece nos pensamentos de muita gente.
Ela carrega medo, culpa e a ideia de que estar bem exige esforço o tempo todo.
A verdade é que existe uma linha fina entre o autocuidado verdadeiro e o controle disfarçado de cuidado. Nem sempre conseguimos ver essa diferença de imediato.
Mas nosso corpo sente, o controle endurece.
O cuidado sustenta.
Por que buscamos tanto controle?
Muita gente aprendeu, desde cedo, que só teria valor se fosse "correta", "leve", "organizada", "saudável". É como se o amor e a aceitação viessem com uma condição: "se você se esforçar o bastante."
Nessa lógica, controlar o que se come, como o corpo se apresenta ou como o dia é organizado… parece necessário.
Parece sinal de maturidade.
Mas, muitas vezes, esse esforço vem de um lugar de medo — não de presença.

Cuidado de verdade tem presença, não cobrança
Autocuidado não é uma lista de tarefas.
Não é seguir uma alimentação perfeita, treinar todos os dias, meditar por obrigação.
Cuidar de si começa com escuta. Escutar o corpo, as emoções, o que está precisando hoje, e não o que deveria estar acontecendo.
É por isso que o autocuidado não pode ser medido por rigidez. A rigidez, mesmo com cara de responsabilidade, esvazia o prazer e o prazer é parte essencial do cuidado.
Como reconhecer a diferença?
Você pode se perguntar:
Estou fazendo isso para me sentir bem ou para não me sentir culpada?
Isso me aproxima de mim ou me distancia?
Essa escolha vem do medo ou do respeito?
Perguntas sinceras ajudam a iluminar o caminho. Cuidar de si não é um dever.
É um espaço de escolha possível e, com o tempo, fica mais leve.

Talvez você só precise respirar…
Sim. Respirar.
Parar por alguns segundos.
E lembrar que você não precisa estar no controle o tempo todo pra estar bem.
É possível viver com mais liberdade, sem cair no abandono de si.
É possível cuidar do corpo com afeto, sem culpa, sem rigidez, sem perfeição.
E se, hoje, você percebe que tem se cobrado demais…
Talvez esse seja o primeiro passo pra fazer diferente.
Se esse texto te fez pensar diferente sobre o que é cuidar de si, compartilha com alguém que ainda confunde controle com amor.
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Com carinho,
Emília





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